(Dalias)
POBREZINHA
Nas nossas duas sinas tão contrárias
Um pelo outro somos ignorados:
Sou filha de regiões imaginárias,
Tu pisas mundos firmes já pisados.
Trago no olhar visões extraordinárias
De coisas que abracei de olhos fechados…
Em mim não trago nada, como os párias…
Só tenho os astros, como os deserdados…
E das riquezas e de ti
Nada me deste e eu nada recebi,
Nem o beijo que passa e que consola.
E o meu corpo, minh’alma e coração
Tudo em risos pousei na tua mão!…
…Ah! como é bom um pobre dar esmolas!…
Florbela Espanca - Charneca em Flor
3 comentários:
Belo poema, belissimo seu blog, obrigado pela visita ao Livro, volte sempre...um beijo e uma bela tarde.
Delicado seu blog, gostei bastante,
beijos
Siempre hermosa la poesía portuguesa.
Um beijo
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