09/07/2010

Eu...




Eu

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do sonho, e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...

Sou talvez a visão que alguém sonhou.
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!


Florbela Espanca


3 comentários:

JJ disse...

Muito obrigado pela sua visita.
É um prazer ler a poesia escrita em língua bonita.

JUAN PAN GARCÍA disse...

Muito obrigado pela sua luz para o meu blog. Eu procurei por um tradutor de seu poema e ele é muito bom, muito triste também. No mesmo tradutor enviar este comentário, e uma saudação cordial.

Anónimo disse...

"Que abrem rasgões de luar...
"Fonte, fonte, não me leves,
"Não me leves para o mar!..."
As correntezas da vida
E os restos do meu amor
Resvalam numa descida
Como a da fonte e da flor...


Bom FDS...Beijos perfumados!! M@ria

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